Com as portas a serem abertas na segunda-feira (29), os organizadores da Agrishow mantêm o otimismo, apesar dos recursos da principal linha de financiamento de máquinas, o Moderfrota, ter esgotado. A aposta é de que aportes extras chegarão. Os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, confirmaram presença e há perspectiva de que Jair Bolsonaro participe, o que reforça as expectativas de complementação. O agro é reduto de apoio massivo ao presidente.
Mas não é só o Moderfrota que ficou sem fonte de recursos. O Mais Alimentos, voltado ao produtor familiar, também está sem verba. Nem o Banco do Brasil, que vinha conseguindo remanejar cifras de outras linhas, tem mais recursos.
E ainda que os bancos possam chegar à feira com condições semelhantes às das linhas agora esgotadas, o problema de falta de dinheiro, salvo alguma modificação no curto prazo, persistirá até o fim o Plano Safra corrente, em 30 de junho.
São dois meses que, por ora, ficarão marcados pela incerteza nos negócios. Ruim para os agricultores que eventualmente precisarem fazer investimentos, pior ainda para as fabricantes de máquinas, que poderão viver um momento indesejado de estagnação nos negócios.
Há ainda outro alerta que vem desse cenário. As restrições orçamentárias da União devem fazer com que o próximo Plano Safra talvez não seja tudo aquilo que o produtor espera. No pacote da agricultura familiar, já há sinalização de que não se chegue aos R$ 31 bilhões do ano passado. A quantia cogitada é a de R$ 24 bilhões.
Quem vem participando das rodadas de negociação para o próximo plano já percebeu que, mais do que bater na porta do Ministério da Agricultura, onde as demandas encontram respaldo, é necessário buscar acesso no Ministério da Economia, que tem “a chave do cofre”.