Representantes de entidades ligadas a fabricantes de máquinas agrícolas já tinham cantado a pedra: os recursos para a principal ferramenta de crédito do setor, o Moderforta, acabariam antes do fim do Plano Safra, em 30 de junho. Circular emitida pelo BNDES na quinta-feira (11) confirma que esse momento já chegou para o financiamento por meio da linha, com juro controlado de 7,5% ao ano e para o Inovagro, com taxa pós-fixada.
Segundo o documento, novos pedidos estão suspensos "em razão do comprometimento total dos recursos disponíveis para as citadas linhas de apoio para o ano agrícola 2018/2019".
— Isso já era conhecido. Você faz uma conta e vê que o dinheiro não vai dar. O que temos é tratativas no sentido de o governo fazer novo aporte de recursos. Ainda não entregamos os pontos, estamos esperando uma solução — afirma Pedro Estevão Bastos presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).
A notícia chega a poucos dias do início de uma das principais exposições do agronegócio do país, a Agrishow, que começa em 29 de abril em Ribeirão Preto (SP). O evento tem na venda de máquinas o carro-chefe dos negócios. O presidente da feira e vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Francisco Matturro, diz que a informação não é uma surpresa, porque há "acompanhamento sistemático dos recursos":
— Isso é sinal positivo, de que o setor está tendo demanda por novas tecnologias. Mas temos o pedido de complementação para chegar até o final deste Plano Safra. E recebemos sinais positivos do governo. Teremos recursos para a Agrishow, sim.
Ainda na Expodireto, realizada em março em Não-Me-Toque, no norte do Estado, o alerta para o esgotamento de recursos era feito. Matturro diz que seriam necessários mais R$ 3 bilhões e sonha com o anúncio de verba extra na abertura da Agrishow.