Com recursos do Mais Alimentos esgotados desde 8 de março, a 19ª edição da Expoagro Afubra, em Rio Pardo, dificilmente irá superar o volume de negócios alcançado em 2018 – quando chegou a R$ 60 milhões. A linha de financiamento, dentro do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), é a principal para compra de máquinas e equipamentos agrícolas por pequenos produtores.
– Muitos negócios ficarão no protocolo, aguardando a liberação de mais crédito. Por isso não deveremos superar os números do ano passado, se isso acontecer será uma grande surpresa – afirma o coordenador geral da Expoagro Afubra, Marco Antonio Dornelles.
O reflexo nos resultados da feira, considerada a maior da agricultura familiar no país, só não será maior porque o Banco do Brasil direcionou recursos próprios para o Mais Alimentos – a exemplo do que ocorreu na Expodireto-Cotrijal, em Não-Me-Toque, quando o dinheiro para investimentos do Pronaf já estava esgotado. A instituição, responsável por 50% dos financiamentos para a agricultura familiar no Rio Grande do Sul, manteve as mesmas condições de pagamento da Expodireto na Expoagro, com isenção de taxas administrativas. Na safra passada, o Banco do Brasil financiou cerca de R$ 2,5 bilhões dentro do Pronaf no Estado.
Presente na feira, o secretário nacional da Agricultura Familiar, Fernando Schwanke, afirmou que a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura está tentando realocar recursos para o Mais Alimentos – já que faltam ainda três meses para terminar o ano safra.
– E olhando lá na frente, para que essa falta de dinheiro não volte a ocorrer na próxima feira, estamos pedindo a ampliação dos recursos para o Pronaf no novo plano safra, que está em elaboração – afirma o secretário nacional.
O pedido de mais dinheiro para financiamento, reforçado no primeiro dia da Expoagro no discurso de Schwanke, é para que o montante seja ampliado de R$ 30 bilhões para pelo menos R$ 35 bilhões.