você é daqueles que acham que o homem do campo vive isolado do mundo, precisa urgentemente rever seus conceitos. Pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (AMBR&A) mostra que o uso de smartphones cresceu mais de 200% em cinco anos. Entre os 2.835 produtores rurais entrevistados em 15 Estados brasileiros, 61% têm celular com acesso à internet. Esse é apenas um retrato, mas que reproduz com precisão o fenômeno instalado no meio rural.
Mais do que meios de comunicação, os aparelhos são ferramentas de trabalho, utilizados para fazer controle, gestão e melhora da produção.
A transformação digital é uma realidade que já começou. Softwares, drones, estações meteorológicas e outros recursos deixaram de ser luxo e são fundamentais para o próximo momento da agropecuária, que precisará ganhar ainda mais produtividade, com o objetivo de abastecer uma população mundial crescente, que deverá chegar a quase 10 bilhões de pessoas em 2050.
E se o interesse e a necessidade de conexão existem, o mesmo não pode ser dito com relação à infraestrutura. A cobertura ainda deixa muito a desejar. Não é raro ouvir de produtores que, para conseguir sinal, é preciso subir em cima de uma cerca, ir para a parte mais elevada da fazenda e outros tantos malabarismos.
Um contrassenso sem qualquer explicação plausível. O acesso ao mundo virtual é uma porta de entrada para a permanência dos jovens no campo. Dar as condições necessárias para que a conectividade seja facilitada deveria estar no topo da lista de qualquer governo que queira garantir o futuro da atividade.
E é sempre bom lembrar que o agronegócio tem um peso fundamental à economia – 40% no caso do PIB do Rio Grande do Sul.