A vontade de fazer o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, ter vida útil durante todo o ano é antiga _ e legítima. Com espaço amplo e estruturas prontas, faz todo o sentido ocupar o local com atividades variadas.
O problema é que, até agora, nenhuma das ideias apresentadas saiu do papel, embora se tenha feito muita propaganda delas.
A proposta mais recente surgiu em 2012, quando uma maquete foi apresentada pelo então governador Tarso Genro, na Expointer. O modelo proposto previa a concessão de parte do parque. Na área, seriam instaladas estruturas comerciais e até mesmo um hotel.
Quase três anos depois, a ideia avançou e um contrato de parceria público-privada foi assinado pelo governador José Ivo Sartori com a construtora Bolognesi. Era um passo à frente, como amplamente divulgado à época.
O sonho ganhou forma, com prazos para a execução das obras. A principal contrapartida da empresa era a construção de dique de contenção das águas do Arroio Esteio, que em tempos de chuva intensa pode transbordar.
Problemas apontados pelo Ministério Público em ação civil pública fizeram com que uma liminar fosse concedida, determinando a paralisação de toda e qualquer obra na região. O alvo era o condomínio que a construtora queria erguer ao lado do Assis Brasil, mas a determinação da Justiça afetou também o projeto do parque.
Agora, o Piratini fala em romper o contrato e tentar buscar parceiros para privatizar a gestão, a exemplo do que ocorre em outros locais voltados a exposições do setor no país. Detalhes de como isso funcionaria _ e do contrato em si _ ainda não estão claros.
E como é ano de eleição, tudo _ ou nada _ pode acontecer.
Dessa vez, melhor esmiuçar bem a proposta antes de apresentá-la ao público. Senão, corre-se o risco de termos, novamente, muito barulho por nada.