Um imbróglio judicial está adiando e poderá até mesmo fazer ruir o projeto de modernização do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, onde ocorre a Expointer. Liminar obtida pelo Ministério Público (MP) em ação civil pública determina que a implantação do Condomínio Residencial Ecoville, da Bolognesi, e a execução de qualquer obra na região sejam suspensas até a Justiça chegar à decisão final sobre a questão. Segundo o MP, a área é sujeita a inundação pelo extravasamento de cheias no Arroio Sapucaia e no Rio dos Sinos.
O condomínio residencial fica ao lado do parque. A Bolognesi entrou com recurso contra a liminar. Também dentro do processo, foi pedido estudo para a Metroplan. Nesta quarta-feira, será realizada audiência referente ao assunto. No lançamento da 40ª Expointer, na semana passada, o secretário da Agricultura, Ernani Polo, disse que o Estado não descarta romper o contrato com a construtora por conta dessa situação. Se isso ocorrer, o sonho de dar vida útil ao parque durante todo ano voltará à estaca zero. E, de qualquer forma, enquanto a pendência judicial existir, o projeto ficará paralisado.
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Uma situação incômoda, uma vez que a construção do dique de contenção das águas do Arroio Esteio fica comprometida e a ameaça de novos alagamentos, como o que deixou a Expointer de 2013 debaixo d’água, volta a rondar a feira – um dos principais eventos do calendário do agronegócio nacional.
Pela parceria firmada pelo governo do Estado com a Bolognesi em julho de 2015, a tarefa de erguer o dique ficaria com a empresa – o prazo de conclusão é de um ano após a obtenção da licença ambiental. A construtora teria ainda 10 anos para realizar empreendimentos que incluem área comercial (com direito a agroshopping e hotel), centro educacional e área de eventos, em espaço de 23,7 hectares – 18% do total do parque. A concessão à iniciativa privada tem validade de 25 anos. O investimento inicial previsto para as obras era de R$ 16,19 milhões.
Não é de hoje que se tenta fazer o parque funcionar nos 365 dias do ano. Em 2012, o então governador Tarso Genro chegou a apresentar maquete do que seria o projeto de revitalização da área. O acordo entre Estado e empresa saiu em 2015. Mas, dois anos depois, a feira começará sem perspectiva de que este novo capítulo da história do parque Assis Brasil saia do papel.