Criados a campo, os animais rústicos vêm ganhando espaço na pecuária gaúcha e também no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. As inscrições dos bovinos de corte nesta categoria tiveram alta de 50% em relação ao ano passado, conforme dados da Secretaria da Agricultura, bem acima dos 6,8% registrados no gado de argola. A diferença não é mera coincidência, avaliam dirigentes de associações de raça.
– O rústico está ganhando mais espaço. Vem cada vez mais chamando a atenção dos criadores – afirma Mateus Pivato, gerente de fomento da Associação Brasileira de Angus (ABA).
A raça contabilizou 127 exemplares de argola inscritos para a Expointer deste ano, alta de 15,5% na comparação com o ano passado. Nos rústicos, foram 155 animais (incluídos os reserva), crescimento de 35,96%.
Entre hereford e braford inscritos, o aumento foi de 85,92%, impulsionado pela raça sintética, que passou de 20 para 70 na categoria de rústicos – entre os de argola a alta foi de 42,6%. Incentivo que vem não só dos campos do Brasil Central, para onde a genética britânica tem sido "exportada" para amaciar a produção de carne.
– Temos feito ações fora do Rio Grande do Sul, há o programa de carne certificada. Tudo isso estimulou criadores a apresentarem a produção – pondera Luciano Dornelles, presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB).
A raça devon também teve alta, de 12%. Bovinos de corte somaram 315 exemplares. O total de rústicos foi de 1.817 (entram na lista pássaros e animais que vão a leilões), ante 1.437 na edição passada da feira.
– O criador está acreditando em trazer essa genética para Esteio. Talvez a Expointer esteja voltando a ser um bom ponto de venda de animais rústicos, iniciando uma retomada de negócios – projeta José Arthur Martins, chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura.
A Expointer deste ano vai de 25 de agosto a 2 de setembro.