A preocupação do agronegócio com a tabela de preços mínimos de frete tem sentido. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo, mostra que o setor é o segmento mais vulnerável ao aumento dos custos. Como em regra são produtos básicos, de baixo valor agregado, o transporte tem maior peso na precificação da mercadoria.
Com base nos dados da matriz insumo-produto do IBGE de 2010, o Cepea concluiu que, de todos os serviços de transporte contratados no país naquele ano, 42,3% foram utilizados pelo agronegócio — e os outros 57,7% por todo o restante da economia.
Nas atividades do campo ou relacionadas, a agroindústria é a maior usuária, com uma fatia de 23,8%, seguida pela agricultura (16,7%) e pecuária (1,8%).
Entre os produtos, também é diferente o peso do transporte. Na agricultura, os produtos mais sensíveis são milho (8,5%), laranja (7%) e arroz (6%). Na pecuária, o produto mais suscetível é o leite (3,8%).
O Cepea lembra ainda que a situação diminui a renda dos produtores, aumenta os custos e, por fim, a conta deve chegar ao consumidor, gerando inflação e corroendo o poder de compra da população.