Na semana em que pretende concluir o processo de compra da Monsanto, a multinacional alemã Bayer também anunciou que a marca americana deixará de existir. Os produtos por ela criados – como o herbicida Roundup, um dos mais usados no mundo – seguirão no mercado.
O fato é que o nome Monsanto se transformou em sinônimo de polêmica. A companhia foi protagonista do advento da biotecnologia – leia-se transgênicos. Não por acaso, virou alvo de protestos de organizações ecológicas e de grupos de agricultores. É dessa sombra que a Bayer quer fugir.
Há quatro anos, em evento direcionado à imprensa, em São Paulo, dirigentes da marca reconheceram que a multinacional falhou no momento da introdução da transgenia no Brasil. Direcionou esforços ao público-alvo e aos técnicos e esqueceu de dialogar com a sociedade.
A compra foi anunciada em maio de 2016, em uma transação de US$ 63 bilhões em valores atuais. De lá para cá, as empresas aguardavam a aprovação dos órgãos reguladores de diferentes países. A operação nos Estados Unidos e na Europa foi autorizada, condicionada à venda de ativos para a rival alemã BASF. Concluído o processo de aquisição, cria-se uma gigante do setor, que bate concorrentes criadas a partir de negócios recentes ChemChina, que se uniu à suíça Syngenta, e Dow com DuPont, duas empresas americanas. A partir de quinta-feira, dia 7, a Bayer passa a ser a única acionista da Monsanto.
"Nosso objetivo é aprofundar nosso diálogo com a sociedade. Ouviremos nossos críticos e trabalharemos juntos onde encontrarmos consenso. A agricultura é importante demais para permitir que diferenças ideológicas paralisem o progresso", afirmou Werner Baumann, presidente do Conselho de Administração da Bayer AG.