A paralisação do mercado de grãos em razão da tabela de preços mínimos do frete afeta também a distribuição de fertilizantes no Estado. Segundo a indústria, só 20% do volume diário está sendo escoado. É que normalmente os caminhões que levam grãos ao porto voltam ao Interior carregados com o produto.
— Como a soja não está chegando em Rio Grande, falta veículo para retornar com adubo – explica João Mário Darós, presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs).
A movimentação de fertilizantes em junho costuma representar cerca de 15% do volume total do ano no Rio Grande do Sul. É neste mês que se intensifica o plantio de trigo, que exige adubação.
Cerealistas e cooperativas mantêm pressão para que os valores sejam revistos. Enquanto isso não ocorre, seguem com carregamentos suspensos, com o produto tendo de ficar armazenado (foto).
— Continua tudo parado — lamenta Vicente Barbiero, presidente da Associação de Empresas Cerealistas do RS (Acergs).
A tabela com preço mínimo de fretes foi negociada durante a greve de caminhoneiros e elevou os valores — o aumento pode passar de 50%. Se implementados de fato os preços estipulados, o produtor pode ter perda de até R$ 4 no valor da saca de soja segundo estimativa da Acergs.