Preocupados com os efeitos do desabilitação de 20 frigoríficos brasileiros de aves que exportavam à Europa, os sindicatos de trabalhadores nas indústrias de alimentação não cruzarão os braços. Nesta terça-feira (24), em reunião na Capital, querem definir ação internacional em defesa da qualidade do produto do Brasil. Segundo Siderlei Silva de Oliveira, presidente da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT, a ideia é organizar missões e conversar com associações de consumidores e federações:
– Nossa preocupação é com demissões. Haverá um caos no Brasil se isso acontecer.
A estimativa é de que há cerca de 40 mil empregados nas unidades suspensas pela União Europeia. Só nas duas plantas do RS embargadas, Serafina Corrêa e Marau, atuam 4,4 mil funcionários.
No Paraná, férias coletivas preocupam
Com duas unidades da BRF na lista das que concederão férias coletivas, o Paraná está em alerta. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação no PR, Ernane Ferreira diz que o momento "é de turbulência". Ele participa da reunião para definir ação para tentar reverter a situação criada com o embargo da União Europeia.
O dirigente explica que no frigorífico de Carambeí já havia a programação de férias coletivas, a partir de 20 de maio, para 2 mil funcionários. Com a decisão da UE, há previsão, a partir de 2 de julho, para igual medida na unidade de Toledo – onde atuam 2,2 mil pessoas:
– Não acho fácil reverter a situação, mas não podemos ficar parados. Vejo como retaliação política ao Brasil.