O mais recente levantamento da safra de soja, apresentado na abertura da Fenasoja pela Emater, apontou que o Estado deve colher 17,09 milhões de toneladas, volume 8,1% menor do que o do ano passado, mas acima de balanço no início deste mês, quando estimava 16,9 milhões de toneladas.
Confirmado esse resultado, o Rio Grande do Sul colheria sua segunda maior produção de grãos. Mas o panorama traçado pelo órgão difere em quase meia tonelada da pesquisa feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projetava 16,64 milhões de toneladas.
— Não se confirmaram algumas perdas por doenças, como a do mofo branco, que estávamos prevendo para a região norte do Estado — pondera Lino Moura, diretor técnico da Emater.
Ele diz que no próximo dia 10 será feito o fechamento oficial dessa conta – na última quinta-feira, a Emater projetava que 91% da área cultivada já havia sido colhido.
Em tese, os números ainda podem ser revisados, mas Moura não trabalha com a perspectiva de ajustes muito significativos, salvo alguma mudança drástica no tempo, com longos períodos de chuva, que poderiam prejudicar as poucas lavouras que ainda restam.
A Conab deve terminar nesta semana a coleta de dados para novo estudo, a ser divulgado na semana que vem.
— O que temos observado agora é que há tendência, na área das Missões para cima, de algum acréscimo de produtividade — afirma Alexandre Rocha Pinto, gerente da Gerência de Desenvolvimento e Suporte Estratégico RS da Conab.
Os números divulgados no início de abril, revisados para baixo, retratavam os efeitos da estiagem na Metade Sul. A diferença de produtividade estimada entre Conab e Emater, é de uma saca.
A razão para o descompasso pode estar na metodologia utilizada.
Mesmo com produção menor em relação ao ano passado, a soja segue alimentando projeções otimistas.
— O preço está bom. Essa commodity vem a somar na retomada da nossa economia — avalia Alexandre Maronez, presidente da Fenasoja.