Após a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmar para o próximo dia 22 leilões para escoar 300 mil toneladas de arroz, a expectativa do setor é de que o aumento das exportações e uma colheita inferior ao estimado até agora ajudem a enxugar o mercado e a melhorar os preços. Hoje, em plena entressafra, enquanto a cotação no Estado é de R$ 35 a saca de 50 quilos, o custo de produção está acima de R$ 43, quadro que reforça a crise na lavoura.
Com os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), a intenção é ao menos garantir o preço mínimo aos agricultores, de R$ 36 a R$ 40, dependendo da qualidade do grão. Do volume total anunciado, são 270 mil toneladas para o Estado e 30 mil para Santa Catarina.
– Desde o anúncio dos leilões, há 15 dias, o preço parou de cair. Esperamos agora estabilidade, e após a colheita, uma reação – diz o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Henrique Dornelles.
No total, o governo federal sinalizou leilões de 1,2 milhão de toneladas e ainda são tentadas mais 300 mil toneladas de Aquisições do Governo Federal (AGF).
Para as exportações, Dornelles lembra que, por enquanto, no ano comercial 2018/2019, são esperados embarques de 1 milhão de toneladas. Mas o ritmo de janeiro e fevereiro indica que seria possível 400 mil toneladas a mais. Aposta ainda que a safra gaúcha, com projeções oficiais de 8,2 milhões de toneladas, fique em 8 milhões, afetada pelo clima.
– Isso nos daria um estoque de passagem inferior a 1 milhão de toneladas. O mercado ficaria bem mais enxuto – entende o dirigente.
O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata, é ainda mais otimista para as exportações. Diz acreditar que o volume pode chegar a algo entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de toneladas. Também ressalta que o país trabalha com a expectativa de poder abrir ainda neste ano os mercados do México, da Nigéria e da China para o produto brasileiro, o que seria uma sinalização positiva para os preços.
Com a ajuda das exportações e leilões, Barata projeta que os estoques de passagem, agora em torno de 1,45 milhão de toneladas, se reduzam para menos de 800 mil toneladas daqui a um ano.