A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para esta quinta-feira reacende as esperanças dos agricultores de que o crédito fundiário finalmente deslanche. Mas são tantas idas e vindas, que fica difícil prever com exatidão quando os financiamentos com o novo teto, de R$ 140 mil, poderão ser encaminhados.
A mudança no limite é aguardada há anos. Em 2017, foi anunciada no Plano Safra. Mas foi só em janeiro deste ano que o decreto com a alteração saiu. E, para valer na prática, depende de resolução do CMN.
Delegado federal no Rio Grande do Sul da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Márcio Madalena projeta que, se o conselho votar a resolução, será necessário mais um tempo até o programa rodar de fato. Ele estima que só em abril isso deva ocorrer.
Em tempo: o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) está parado, por determinação do governo, desde maio.
– Temos muita demanda. No Estado, mais de 2 mil pessoas já fizeram a capacitação, para dar início ao acesso ao crédito – afirma Pedrinho Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag).
A secretária do Reordenamento Agrário da Sead, Raquel Santori, disse no ano passado que 2018 seria o ano para destravar o crédito fundiário. Mas a cada nova espera, o objetivo vai ficando mais longe e o produtor, vai perdendo oportunidades de fechar negócios:
– Vendedores não esperam. Essa longa demora prejudica muito – diz Signori.
Presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, o deputado Heitor Schuch (PSB) pretende aproveitar a posse da nova presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, hoje, para pressionar lideranças do governo.