A boa notícia, apontada por levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), é que os investimentos em irrigação estão se tornando sistemáticos – com incremento médio, nos últimos anos, de área de 200 mil hectares. Por outro lado, a implantação ainda não ocorre de forma acelerada.
– Há questões burocráticas que diminuem o ritmo. O Brasil tem condições de crescer mais do que está crescendo – observa Marcus Tessler, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Abimaq.
O levantamento (com base nas empresas que participam da câmara e representam 90% do mercado) mostra o avanço no país. De 2000 para cá, o uso da irrigação cresceu 89,9% (veja acima). Ainda assim, a área com o sistema ainda é pequena se comparada à cultivada, de mais de 61 milhões de hectares no verão.
Chamam a atenção alguns picos de acréscimos, como o registrado em 2013. Segundo Tessler, naquele ano, as boas cotações das commodities impulsionaram os negócios, principalmente de pivôs. Já no ano passado, o único segmento de irrigação a crescer foi a localizada (gotejamento ou microaspersão). Nesse caso, embalada pela valorização de culturas em que esse sistema é empregado, como café e citros.
– A irrigação dá estabilidade à produção, que garante fluxo de caixa constante. O agricultor não pode controlar preço, mas as lavouras, sim – pondera Tessler.
Para 2018, a estimativa é de crescimento de até 5%.