Entidades gaúchas do agronegócio já sabem o que querem pedir para o governo federal incluir na lista de desejos do próximo Plano Safra. As solicitações vão bem além da simples quantia a ser colocada à disposição para os financiamentos do setor – no atual ciclo, o montante para o país foi de R$ 185 bilhões.
Presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto afirma que é preciso "ter seriedade com relação aos números". Os valores devem ser efetivos:
– Se não tem recurso, tem de dizer que não tem e pronto.
A Farsul entende ainda que as taxas de juro das linhas de crédito direcionadas ao setor estão muito altas e, portanto, deveriam ser reduzidas. Outra solicitação que deve ser encaminhada pela entidade diz respeito ao seguro rural. A avaliação é de que a verba para essa finalidade precisa ser maior e destinada também aos hortifrutigranjeiros.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) é outra que quer mudanças no seguro. Henrique Dornelles, presidente da entidade, explica que nos moldes atuais, as perdas precisam passar de 50% para o agricultor começar ser indenizado:
– A gente quer mais segurança. Hoje, o seguro para o arroz não é algo comemorado.
Há pelo menos outras três pautas para o arroz: adequação do calendário de instituições financeiras para avaliação de crédito de empresas ligadas ao setor; aumento do percentual financiável para custeio agrícola, considerando gasto de R$ 5,5 mil por hectare (hoje, é de 60%, e a solicitação é para que seja de 75%) e criação de linhas de crédito específicas para indústrias de beneficiamento que estejam colaborando para financiamento de custeio de agricultores sem acesso a financiamentos.
Os arrozeiros devem entregar suas sugestões para o Plano Safra já no próximo dia 16 a Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, que deve vir ao Rio Grande do Sul para a Abertura Oficial da Colheita do Arroz.