O primeiro dia da Expodireto-Cotrijal, feira realizada no norte do Estado, no município de Não-Me-Toque, tradicionalmente é o momento em que o parque fica repleto de figuras políticas. De senadores a vereadores, todos circulam pela cerimônia de abertura.
Neste ano, não será diferente, ainda que, pela primeira vez em 17 edições, o titular do Ministério da Agricultura não esteja presente. Como antecipado pela coluna em zerohora.com na sexta-feira, Kátia Abreu, que havia confirmado presença, teve de cancelar o compromisso em função de doença na família. Ela será representada por André Nassar, secretário de Política Agrícola.
- A feira será maravilhosa mesmo assim. O que se frustra, com a ausência da ministra, é a expectativa de que ela fizesse algum anúncio - avalia Nei César Mânica, presidente da Expodireto-Cotrijal.
Leia também
A sinalização era de que a ministra apresentaria mais recursos para a linha do Moderfrota, que tem juro fixo, já que do total liberado até junho, restaria apenas R$ 1 bilhão, valor considerado insuficiente pelas fabricantes. Na sexta-feira, Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers) encerrou de forma um tanto quanto frustrada a peregrinação de dois dias pelos gabinetes dos ministérios em Brasília. Diante do impacto causado pela 24ª etapa da Operação Lava-Jato, foi impossível ser atendido na Casa Civil.
Efeitos da crise política nos negócios da feira são descartados. Mas nos discursos, em especial neste primeiro dia, o assunto não deve passar em branco.
- Para os negócios, não interfere. Mas claro que essa insegurança política não é boa para ninguém - avalia Bier.
Mânica acredita, inclusive, em um impacto positivo sobre o clima para investimentos e negócios, porque "esses acontecimentos mostram que o Brasil é um país que vai dar certo".
Outro ponto a favor da Expodireto-Cotrijal é o fato de que será a primeira feira do setor no ano a contar com a presença de todas as grandes fabricantes. O Show Rural Coopavel, realizado em fevereiro em Cascavel, no Paraná, não teve participação das gigantes Massey Ferguson, Valtra, Case IH, New Holland e John Deere.
Dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) na sexta-feira apontam uma melhora nas vendas em fevereiro sobre o mês anterior - alta de 50,4%. Vale lembrar, porém, que a base de comparação é baixa. Em relação a fevereiro do ano passado, mantém-se uma queda de 36,5%.
- Estamos apostando tudo na feira para ver se os números de março melhoram - afirma Bier.