A abertura do mercado sul-coreano para a carne suína brasileira, anunciada nesta terça-feira, reforça as expectativas da indústria de colocar mais produto no prato dos compradores internacionais.
E alimenta as projeções de crescimento em 2016. Com a nova conquista, o Brasil estará presente em cinco dos seis maiores importadores mundiais do produto, faltando apenas o México.
- Para nós, é um ótimo acesso. Os coreanos estão entre os maiores compradores mundiais da carne suína - pondera Rui Vargas, vice-presidente de suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O Ministério da Agricultura estima o potencial de embarques em 33 mil toneladas por ano, somando US$ 108 milhões. Vargas afirma que se o Brasil chegar a 10 mil toneladas, em um primeiro momento, será "muito bom".
O benefício se limita a Santa Catarina - maior produtor nacional -, porque a Coreia do Sul é um dos mercados que exigem rebanho livre de vacinação contra a febre aftosa. O dirigente da ABPA afirma que a entidade deve concluir, até o final do ano, um estudo de levantamento de risco para comprovar que, mesmo com a vacinação do rebanho bovino, temos garantia de segurança também nos outros Estados.
Com crescimento de 7,5% em volume embarcado em 2015, a indústria de suínos espera avançar entre 2% e 3% neste ano. Da mesma forma, as empresas de frango projetam alta de 3% a 5%, depois de encerrar o ano passado com quantidade exportada 5% maior. Tiveram ainda o melhor dezembro de todos os tempos e o segundo melhor mês da história. Em produção, o Brasil superou a China e passou a ser o segundo maior do mundo, atrás dos EUA. Na exportação, o Brasil fica em primeiro.
- Chegamos ao ponto de ampliar e consolidar mercados. Ganhamos mais espaço no México, na China e na Arábia Saudita, nosso maior comprador - avalia Francisco Turra, presidente da ABPA.
Por outro lado, a instabilidade causada pelo sobe-desce da moeda americana encolheu a receita em dólares nas exportações de frango (queda de 11,3% na comparação com 2014). Em reais, a conta foi positiva: o faturamento subiu 26%, somando R$ 23,95 bilhões.