Após a coluna ter relatado descontentamento do setor turístico com o fechamento do Parque do Caracol de outubro a março para obras, o Grupo Iter detalhou os motivos da decisão. A diretora do parque, Sandra Ferraz, e o diretor de Relações Institucionais da concessionária, Paulo Gontijo, responderam às ponderações, como a necessidade de fechamento total. Disseram que não há a possibilidade de suspensão parcial de atividades porque o ponto com vista da cascata, por exemplo, ficará interditado para instalação do mirante de 800 metros que substituirá o atual, de 40 metros.
— Ficará inviável a experiência do visitante com tapume. É claro que a gente gostaria de estar aberto e não fechar, mas foi um "quebra-cabeça" — enfatiza Sandra.
A segurança foi um ponto abordado por Gontijo, devido ao maquinário pesado da obra. Retirar os equipamentos é inviável, argumentaram os executivos, para responder a outra ponderação da comunidade, sobre a possibilidade de reabertura temporária no auge do Natal Luz. O período é o de maior movimento do ano em Gramado e Canela, o que gerou preocupação, especialmente, do presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes da Serra Gaúcha (SindTur), Cláudio Souza.
A coluna questionou por que não escolher outra época, então, que não colidisse com o Natal Luz. Sandra e Gontijo contaram que a enchente de maio atrasou o estudo da obra. Ainda assim, resolveram mantê-la neste ano para fazê-la em um período seco entre duas épocas de chuvas e porque acham que o movimento de turistas ainda seguirá impactado nesta temporada, mesmo com a reabertura do aeroporto de Porto Alegre.
— Se adiássemos, perderíamos uma "janela de oportunidade". Voltaremos com pleno potencial para a Páscoa — disse Gontijo.
O investimento será de R$ 32 milhões, conforme antecipou a coluna, incluindo um salto de pêndulo em queda livre de 100 metros de altura, renovação do mirante da Cascata do Caracol, uma nova trilha e reforma de churrasqueiras. O CEO do Grupo Iter, Sandro Fernandes, diz que, em cinco anos, o aporte será de R$ 100 milhões. A concessão estadual previa investimento de apenas R$ 20 milhões. Até agora, foram R$ 8 milhões.
Atualização: O Grupo Iter procurou o Sindtur para uma reunião nesta sexta-feira (04). A entidade empresarial disse à coluna que solicitará que o parque não fique fechado no Natal Luz: "Fechar afeta até a autoestima da cidade, é preciso entender a nossa matriz econômica", disse o presidente Cláudio Souza.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: Obra em aeroportos do RS, nova indústria de aço, R$ 40 milhões em colégio e 16 lojas para shopping
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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