Também por falta de recurso da poupança para bancar financiamentos, o Banrisul suspendeu temporariamente novas operações de crédito imobiliário. Ficam fora do corte só obras financiadas pelo banco e leilão de imóveis vendidos por ele. Seguem normalmente as operações que já tinham sido aprovadas e os desembolsos programados para construção, reforma ou ampliação de imóveis.
As duas principais fontes de recursos para financiamento habitacional são a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nos dois casos, os saques têm superado os depósitos, limitando o chamado "funding" do crédito imobiliário.
Como opção, o Banrisul está oferecendo o consórcio, provocando o uso do FGTS para dar lance ou reduzir as prestações. A vantagem é que consórcio não tem juro, mas tem taxa de administração e a correção da parcela é pela inflação. Sai mais barato do que financiamento, mas é preciso ter carta contemplada para comprar imóvel.
Falta de verba também tem travado contratos de financiamento de imóveis na Caixa Econômica Federal, que reduzirá em novembro o teto para emprestar. Neste caso, o banco concentra 68% do crédito imobiliário do país. A coluna vem acompanhando a situação há semanas.
Ficou para 1º de novembro a redução pela Caixa do valor do empréstimo em financiamentos imobiliários pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A alteração mexe em empréstimos de até R$ 1,5 milhão reajustados por TR (taxa referencial), poupança, IPCA e taxa fixa, valendo tanto para imóveis residenciais novos e usados, quanto para comerciais, construção individual e lote urbanizado.
Funcionará assim: na tabela Sistema de Amortização Constante (SAC) - prestação começa mais alta, mas diminui ao longo do tempo -, a cota de financiamento cairá de 80% para 70% do imóvel. Na Price - parcelas iguais, mas com valor final maior de juro -, a redução é de 70% para 50%. O resultado é que o comprador terá que pagar uma entrada de um valor maior.
A Caixa diz estar procurando "novas soluções" para expandir o crédito imobiliário. No horizonte para um custo menor, especula-se uma nova linha de crédito por parte do governo federal. Uma redução nos depósitos compulsórios pelo Banco Central também é alternativa levantada no setor financeiro. Além disso, o Ministério do Trabalho pretende acabar com o saque-aniversário do FGTS, mandando ao Congresso em novembro um projeto de lei com este objetivo.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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