Questionado pela coluna na entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, sobre uma das suas promessas mais populares de campanha, o presidente Lula reafirmou que elevará a R$ 5 mil a isenção do Imposto de Renda no salário dos trabalhadores:
— Está de pé e vou fazer.
Porém, reconheceu que é uma medida difícil e que tem que ver o que "colocar no lugar", ou seja, como compensar esta perda de arrecadação. A ideia é fazê-la na segunda etapa da reforma tributária, que tratará de patrimônio. A dúvida é se o seu mandato terá tempo para isso. Chegou a se cogitar que esta fase teria início ainda em 2023.
— É injusto. O trabalhador é descontado na fonte, não tem como sonegar, como criar diferença entre pessoa jurídica e física, não tem como abater. É justo que pessoas que ganham até R$ 5 mil sejam isentas para sobrar mais dinheiro para comer, para cuidar da família.
Lula lembrou que o governo está tentando isentar de Imposto de Renda a divisão do lucro feita pelas empresas com os funcionários no chamado PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Há um projeto aprovado na Câmara dos Deputados que precisa passar no Senado.
— Trabalha o ano inteiro, produz, chega no final do ano, recebe um PLR e paga 27% de Imposto de Renda, enquanto acionistas que investem na bolsa ou na Petrobras, por exemplo, receberam R$ 45 bilhões de dividendos sem pagar um centavo de Imposto de Renda. Por que pobres têm que pagar e rico não? Por que as pessoas inventam tantas coisas para não pagar Imposto de Renda e o pobre não pode inventar? Queremos um dia chegar na plenitude do entendimento de que salário não é renda. Salário é salário — finalizou.
Ouça a entrevista na íntegra:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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