Rede gaúcha com 560 lojas, a Quero-Quero está vendendo 180 produtos a preço de custo, ou seja, sem margem de lucro, para consumidores atingidos pela enchente. À coluna, o CEO Peter Furukawa contou que isso reduz em torno de 30% o preço normal. São fogões, geladeiras, camas, colchões, sofás, armários, portas, janelas, entre outros.
— É o preço da fábrica e a logística. Zeramos a nossa margem para ajudar quem está precisando — diz o executivo.
São produtos das linhas voltadas às classes C e D. Para garantir um crédito mais barato, a Quero-Quero negociou com o Banco do Brasil um juro menor. Já foram vendidos R$ 14 milhões, para 6,2 mil pessoas, e não tem data para terminar a campanha.
— Será até sentirmos que as pessoas estão precisando para reconstruir suas casas - diz Furukawa - O gerente tem duas tabelas de preço. A normal e a de custo. O cliente dá seu CEP, vemos se foi atingido e confiamos na honestidade da pessoa — acrescenta.
Furukawa frisa que a campanha faz parte de um posicionamento da empresa de não lucrar em cima da necessidade das pessoas. Por ser de capital aberto, as projeções do mercado financeiro já a consideram como uma ação beneficiada na bolsa de valores com o valor do Auxílio Reconstrução liberado pelo governo federal. A demanda por material de construção, segundo o executivo, demora mais do que a de eletrodomésticos e móveis.
— As pessoas esperam tudo secar para fazer obra — diz.
O receio do executivo é de que haja uma especulação nos preços dos insumos usados na fabricação dos produtos, mas a coluna já se prontificou a ficar atenta caso isso ocorra.
No auge das cheias, as equipes das lojas da Quero-Quero cozinhavam em casa para desabrigados. A empresa também transportou 600 toneladas de doações. Seu prejuízo foi pequeno, com apenas 12 lojas impactadas. O centro de distribuição, em uma parte alta de Sapiranga, ficou ileso.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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