Começou a segunda fase da limpeza do Mercado Público de Porto Alegre, quando lojistas puderam iniciar a retirada de móveis e mercadorias que estragaram na inundação. A coluna esteve novamente no local, acompanhando parte do trabalho dos chamados "mercadeiros". A limpeza das áreas comuns já havia começado. Novas etapas assim devem se suceder, assim como uma dedetização, até o final de junho, quando o local deve ser reaberto ao público.
— É uma previsão otimista — diz o presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Rafael Sartori, que também é sócio do açougue Santo Ângelo. A estimativa de prejuízo já passou dos R$ 30 milhões, somando perda de estoques e equipamentos, além da venda que deixa de ser feita.
Na unidade do Café do Mercado que fica para a Avenida Borges de Medeiros, o sócio Clovis Althaus Júnior usava máscara devido ao cheiro forte. Ele e funcionários reorganizavam o que a água bagunçou. A marca tem mais duas lojas no local e se prepara para abrir outra no Praia de Belas Shopping.
— Não vou poder te oferecer um café hoje — brincou com a coluna. — Não imaginava que isso tudo ia acontecer, mas vamos passar por essa — acrescentou o empresário, que também teve sua fábrica atingida no 4º Distrito.
De frente para a Avenida Júlio de Castilhos, sacos abertos de ração despencaram quando os sócios da Agropecuária De Paoli abriram os portões. O produto parecia cimento. Ione de Paoli, uma das proprietárias, está há mais de 50 anos no Mercado Público.
Sócios da Banca do Holandês, Sérgio Lourenço e os filhos, Renata e Lourenço, descartavam mercadorias que tinham ficado para trás. Quando teve sinal de cheia, eles retiraram quatro caminhões de produtos do local.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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