A enchente pode fazer o PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul encolher R$ 40 bilhões. A projeção é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA). Em 2023, ele foi de R$ 640 bilhões. Ou seja, seria um recuo aproximado de 6,2 pontos percentuais. Considerando que a expectativa era de que a economia gaúcha crescesse 4,5%, teríamos uma queda de cerca de 1,5% em 2024.
O cenário ainda pode mudar. O tamanho da ajuda nacional e internacional que o Estado vai receber é essencial para calibrar a projeção, pondera o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, que fez o cálculo. Também é preciso considerar a ocorrência de novos fenômenos climáticos e também a intensidade da estiagem que o La Niña pode provocar.
— Pela falta de modelos econômicos, costuma se comparar com o impacto do furacão Katrina nos Estados Unidos em 2005. O então presidente, George W. Bush, desembolsou 0,8% do PIB norte-americano para as regiões atingidas. Aplicando no PIB brasileiro de 2023, seriam R$ 85 bilhões — acrescenta Frank.
Importantes no agronegócio, soja e arroz ainda estavam sendo colhidos. Na indústria, a preocupação é grande com os danos aos parques fabris, especialmente maquinário. Ambos dependem muito da logística, que sofre com estradas e aeroporto bloqueados. No varejo e nos serviços, pesa a baixa do turismo e da venda no Dia das Mães. Só na primeira semana de maio, o faturamento foi R$ 585 milhões menor do que no mesmo período do ano passado no Rio Grande do Sul, também calcula a CDL. Isso nem considera perdas de estoque e patrimônio.
São números impactantes e bastante negativos, mas dolorosamente necessários de serem calculados e expostos. Eles darão a dimensão do problema e a necessidade de investimentos.
Assista à entrevista completa:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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