Com a água baixando, supermercados e atacarejos no bairro Sarandi, um dos mais inundados de Porto Alegre, contabilizam os prejuízos. Nas lojas da rede Carnetti, que nasceu e se expandiu na região, o proprietário Itamar Lorenzatto começará a limpeza nesta semana. Somando as duas unidades, a perda passa dos R$ 5 milhões. Produtos mais caros, como carnes e chocolates, foram levados para o centro de distribuição em Alvorada.
— Nosso supermercado ainda está com 35 centímetros de água e o atacarejo com 15. Difícil entender como água parada faz tanto estrago. Ergueu todos os balcões, mudou tudo de lugar. Parece cena de guerra — diz Lorenzatto, que pretende reabri-las em 10 dias, mesmo que com menos produtos. As duas lojas empregam 150 pessoas.
Ainda no Sarandi, mas na Avenida Assis Brasil, o Via Atacadista, inaugurado no ano passado pelo Grupo Passarela, de Santa Catarina, também foi inundado. O presidente, Alexandre Simioni, calcula prejuízo de R$ 20 milhões em equipamentos e produtos.
— Agora que está baixando a água, entraremos na loja e começaremos a limpeza — diz Simioni, que emprega 190 pessoas na unidade atingida.
O Grupo Passarela estava construindo em Canoas mais um atacarejo, mas suspendeu a obra. O local, que não chegou a ser atingido pela água, foi usado como ponto de abrigo para animais resgatados.
A rede Alberti teve seus quatro pequenos mercados atingidos no Sarandi. Cada um é tocado por integrantes da família de Gilson Alberti, que é dono de uma das lojas. Ele chegou a achar que a sua unidade não seria atingida por ficar em uma parte mais elevada, mas agora diz não conseguiu nem contar os estragos ainda.
— Estamos pensando em juntar o que sobrou das quatro lojas e montar uma. Não teremos recursos para reabrir todas. Não é o que queríamos, mas, infelizmente, pode haver demissões — lamenta.
Cada loja emprega de oito a 10 funcionários. Alberti salvou um caminhão de mercadorias, mas doou parte para funcionários e ficou com o restante para consumo próprio da família.
O atacarejo Stok Center, na Avenida Assis Brasil, também ficou praticamente todo coberto de água e está fechado.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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