A indústria do Rio Grande do Sul teve a terceira queda mais intensa da produção no país em 2023, segundo o IBGE. A posição neste ranking negativo se repetiu em janeiro, quando, pelo seu peso, foi a principal pressão para o recuo do indicador nacional. A coluna perguntou os motivos ao presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
O que está acontecendo com a indústria gaúcha? Vai andar em 2024 e voltar a investir?
O Brasil vinha embalado em 2022, houve o processo eleitoral e o empresário deu para trás, sentou para ver como se sairia o governo do presidente Lula. Em outubro e novembro (de 2022), começou a dar uma parada e, desde então, tem essa estagnação no Rio Grande do Sul. Talvez por o gaúcho não gostar de endividar muito, o empresário fica olhando onde botar os seus produtos e seus investimentos. Também está olhando para ver como ficarão os incentivos fiscais (cujo decreto estadual de corte entra em vigor em abril). Uma senhora que é presidente do sindicato de Capão do Leão disse "tenho um frigorífico que eu e minha filha cuidamos, rende R$ 200 mil por mês, se tirarem o incentivo fiscal eu vou fazer 0 a 0." Estamos negociando com o governo do Estado, mas o empresário fica pagando para ver o que vai acontecer.
Como é que está essa negociação?
O governo tem a favor a safra agrícola, vai entrar ICMS para os cofres do Estado. Dentro dessa ideia, sugiro a criação de uma câmara técnica para estudar o assunto e peço a suspensão da entrada em vigor dos decretos para que se discuta mais quais benefícios serão afetados ou não.
Como estão os preparativos para a eleição da Fiergs que escolherá seu sucessor?
Eu estou tentando ainda um nome de consenso entre as duas chapas. Os dois candidatos hoje são o Claudio Bier, que é do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), e o Thomaz Nunnenkamp, que é o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sindifar-RS). Poderia se fazer uma composição, um fosse agora e outro em uma etapa futura. Eu estou tentando, mas está meio difícil. Se não ocorrer, as chapas serão colocadas até segunda-feira da semana que vem e a eleição será em maio.
Ouça a entrevista na íntegra:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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