Uma fábrica de carregadores de carros elétricos se instalou em Vacaria, na serra gaúcha. A Digitalli Eletrônica e Automação tem como sócio o empresário Alessandro Ponzio, que tem um eletroposto desde 2020 em Porto Alegre chamado de Garage Gigante. Segundo ele, já foram vendidos cerca de 400 equipamentos, especialmente para um cliente do Ceará. A capacidade da unidade, por enquanto, é de aproximadamente 200 carregadores por mês. O investimento para erguê-la foi baixo, de R$ 1,7 milhão. O mais caro, segundo Ponzio, são os insumos para montar os carregadores.
- Os Zeta Uno são de tecnologia e produção 100% gaúchas - garante o empresário.
O preço do carregador rápido varia de R$ 38,5 mil a R$ 123 mil. Uma carga completa em um veículo pode custar a partir de R$ 57, levando 30 minutos para ser feita.
Diversos modelos de carros podem abastecer em tomadas normais, mas equipamentos como estes produzidos pela Digitalli deixam a recarga mais rápida. Desta e de outras fabricantes, eles têm sido instalados em empresas com frota própria, shoppings e eletropostos, mas nada impede de colocá-los em residências. Assim como a destinação das baterias, uma estrutura de recargas é desafio da mobilidade elétrica, para que o veículo consiga ter combustível para chegar ao destino.
Porto Alegre
Interessado em aumentar os pontos de recargas em Porto Alegre, o secretário municipal de Inovação, Luiz Carlos Pinto, visitou o eletroposto Garage Gigante. Ele lembra que a prefeitura retomou, após oito anos, o teste de ônibus elétrico na frota. Aqui, porém, há outro gargalo a ser resolvido. O veículo é abastecido com energia elétrica puxada do sistema interligado nacional, que, quando sobrecarregado, usa fontes fósseis. O prefeito Sebastião Melo, porém, já garantiu à coluna que isso está no plano para ser resolvido, com a prefeitura tendo uma geração própria e comprando no mercado livre.
- Uma decisão que tomei é uma PPP (parceria público-privada) que irá ao mercado para fazer energia fotovoltaica na cidade para abastecer toda a baixa tensão da administração direta de Porto Alegre e será gerada energia para os ônibus. Outra decisão é comprar no mercado livre. O DMAE está estudando uma alternativa, pois é o maior consumidor da cidade - disse Melo.
No caso do eletroposto Garage Gigante, o empresário Alessandro Ponzio gera energia solar e armazena em uma bateria própria para abastecer os pontos de recarga. Ele até gera energia a mais, que poderia injetar na rede elétrica para contribuir com o sistema nacional, mas não conseguiu ainda autorização da CEEE Equatorial para isso.
Falando em carro elétrico, relembre entrevista feita pela coluna com o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos: Brasil fabricará carro elétrico "puro" e preço chegará a R$ 100 mil, projeta associação do setor
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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