Quem viaja já percebeu: as passagens aéreas dispararam assustadoramente de preço. Segundo a pesquisa do IBGE para calcular a inflação oficial, o salto foi de 79,92% nos últimos 12 meses em Porto Alegre. O levantamento considera tíquetes à venda nos sites das principais companhias áreas para voos domésticos de ida e volta do aeroporto Salgado Filho para as principais capitais do país. Na média nacional, a alta foi de 48,11%, já bem elevada.
O ano de 2023 tem sido de recuperação do setor aéreo com um fluxo de passageiros nos patamares anteriores à pandemia. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a demanda por assentos cresceu 7,5%, enquanto a oferta avançou 5,9% no último ano. Dando espaço para recuperação de margem de lucro, a procura maior é o motivo da alta dos preços, especialmente em um setor que tem uma definição dinâmica de preços, com valores que mudam a todo momento conforme as vendas. Não há outro custo que esteja pressionando a aviação, nem mesmo querosene neste momento, que disparou em 2021 e 2022, mas caiu 18,3% em 2023.
A proximidade das férias abriu ainda mais espaço para a elevação, tanto que as passagens foram a principal pressão de alta na última inflação oficial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a citá-las com uma preocupação do governo federal, que, aliás, anunciou ainda em dezembro uma série de medidas que teriam sido acordadas com as empresas do setor para deixarem os voos mais acessíveis. Ao menos por enquanto, não surtiram efeito ao consumidor.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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