Em nova ida às cidades atingidas pela enchente no Vale do Taquari, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reuniu-se com produtores e empresários locais. A coluna perguntou sobre as principais demandas do setor durante a entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Empresários estão apreensivos quanto à liberação do R$ 1 bilhão em financiamentos ser restrita a concessão por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, deixando outros bancos e cooperativas de crédito de fora. Seguirá assim ou será feito um ajuste na medida provisória dos valores do BNDES destinados a negócios prejudicados pela tragédia?
Recebemos essa demanda. Eles pedem para estender esses benefícios para as cooperativas e demais bancos, além da Caixa Federal e do Banco do Brasil. Eu vou estar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira (02) e com a equipe que trabalhou esse tema, para levar essa demanda para estender para mais bancos e cooperativas o benefício de agenciar esses recursos.
E segue a dificuldade dos produtores de leite. Na Expointer, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reconheceu que o mercado está inundado do produto , mas que o governo federal não vai sobretaxar Argentina e Uruguai. Das demais alternativas, o que será feito?
Em primeiro lugar, quando chegamos, encontramos dois decretos do governo passado autorizando ampliação da importação de leite e derivados. Eu e Fávaro mandamos uma carta à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e os dois foram revogados. Ponto dois: saiu nesta semana edital comprando R$ 100 milhões de leite e também mandando um projeto de lei ao Congresso para criar uma subvenção, o que talvez resolva o problema com mais força. Terceiro: aumentamos a fiscalização, o que diminuiu a importação. Quarto: solicitamos investigação da Polícia Federal e da Receita Federal sobre práticas de triangulação, que o leite não seja originalmente do Uruguai e da Argentina, e também de reidratação. Ambas são práticas ilegais. Além disso, deve sair uma medida tributária, que dará tratamento diferenciado a quem produz derivados no Brasil, para desestimular a importação. E também foi criado um grupo para melhorar a competitividade e diminuir o sofrimento dos produtores de leite.
Ouça a entrevista:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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