O turismo religioso mais do que dobrou sua participação entre os motivos de viagens que mais movimentam meios de hospedagem do Rio Grande do Sul, segmento que engloba hotéis, pousadas e motéis. O levantamento da Fecomércio-RS apontou um avanço de 12,5%, em 2022, para 32,2%, em 2023. Porém, ainda é um turista que gasta pouco, representando só 1% das viagens mais importantes para o faturamento dos empresários ouvidos.
- Tanto que não temos uma rede de hoteleira que tenha locais que dizem que "existem" para o turismo religioso - observa a economista da entidade, Giovana Menegotto, que enxerga alguma influência de aumento da movimentação gerada pelo Cristo de Encantado.
O turismo de negócios ainda é a "menina dos olhos" das hospedagens. Disparado na frente, é citado por nove em cada 10 empresários do setor como motivação dos clientes. Ele também lidera quando se fala em faturamento, ou seja, é um consumidor que gasta mais, dando um "vareio" no que viaja a lazer, chamado pela Fecomércio de "turismo recreativo".
- O turismo de negócios é a movimentação associada a profissionais viajando para outros municípios para prestar serviços, visitas técnicas e encontros de empresas - explica Giovana.
Não chega a surpreender, mas é importante registrar que a pesquisa aponta que a maior parte dos turistas que viajam pelo Rio Grande do Sul é formada por gaúchos (56,9%). Ou seja, o setor precisa atender bem seus conterrâneos. Um terço vem de outros Estados, percentual que até aumentou um pouco em relação ao ano passado. De outros países, a fatia ficou estável, porém ainda abaixo dos 10%.
Sobre os canais usados para reservas, há uma mudança curiosa. Aquelas feitas por telefone caíram da liderança para o segundo lugar (25,7%), desbancadas com força pelas plataformas de reservas, como Booking e Decolar (39,7%). O site próprio fica lá embaixo, atrás até mesmo do balcão do hotel.
A sondagem ouviu empresários de 385 estabelecimentos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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