Em cima de uma base baixa afetada especialmente por uma estiagem mais severa, a economia do Rio Grande do Sul avançou 5,3% no primeiro semestre de 2023, sobre o mesmo período do ano passado. O Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS) é calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, que é divulgado por trimestre e demora mais para ser medido. Foi um dos maiores avanços do país no período, conforme o ranking elaborado pelo economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Oscar Frank. Na média nacional, o crescimento foi de 3,4%.
Apesar dos altos e baixos, varejo e serviços cresceram no Rio Grande do Sul no primeiro semestre, segundo o IBGE. Os dois setores são sensíveis à inflação e à taxa de juro, mas vinham com um consumo represado ainda do auge da pandemia e mantendo-se com o mercado de trabalho ainda forte, especialmente combustíveis e turismo. O comportamento, porém, foi o contrário da indústria, que cortou produção com força no período.
- Estamos crescendo porque, mesmo com todos os problemas que aconteceram com a estiagem, a tendência é de que tenhamos uma safra de grãos melhor em comparação com a passada. Segundo a Conab, a produtividade deve subir 9,3%. No entanto, caso a previsão esteja certa, ainda ficaremos 28,4% inferiores ao valor da safra 2020/2021 - pondera Frank.
O alerta do economista vai para o desempenho do setor industrial:
- Grande destaque negativo segue sendo a indústria, por conta do enfraquecimento da demanda externa e do efeito dos juros altos sobre o setor.
Desempenhos:
Junho sobre maio de 2023 -0,5%
Junho de 2023 sobre junho de 2022 +0,4%
2º sobre o 1º trimestre +2%
Acumulado do ano +5,3%
Acumulado de 12 meses +5,2%
Junho de 2023 sobre fevereiro de 2020 (pré-pandemia) +8%
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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