O jornalista Tércio Saccol colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Com o corte da taxa Selic para 13,25% ao ano, os investimentos em renda fixa que são indexados à taxa básica e ao CDI devem render menos. A partir da perspectiva de novas quedas, como revelado no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), os investimentos que já foram feitos em títulos prefixados, que são aqueles com taxas já definidas na sua contratação, irão apresentar um bom desempenho.
É importante lembrar que com a queda de 0,5 ponto porcentual, os investimentos em renda variável, que são aqueles com maior risco e sem retorno previsto no momento da aplicação, tendem a ficar mais atrativos do que os de renda fixa. Esse movimento já pode ser observado, por exemplo no Ibovespa, que apresentou altas importantes com as sinalizações dos cortes de juros.
— Uma taxa de juros de 13,25% não é nada desprezível, o Brasil é o quarto no ranking das maiores taxas de juros nominais e líder dos juros reais — lembra André Osowski, assessor financeiro na Corporate & Private da Manchester Investimentos.
O economista lembra que embora os títulos pós-fixados devam ter rentabilidade diminuída em médio prazo, ainda podem ser encontradas oportunidades. No entanto, os ganhos para quem investir agora não serão iguais aos de quem fez a aplicação há dois meses nos prefixados, pois o cenário para cortes de juros já está bem precificado
— Quem vai se dar melhor, claro, é quem fez uma aplicação em pré-fixado até dois meses atrás. Fora os pré-fixados, tem outros títulos como o IPCA, adequado para quem quer proteger o dinheiro contra a inflação, assegurar o poder de compra. Também tem outros títulos que falamos menos, como as debêntures, que são títulos de dívida emitidos por empresas privadas, que também oferecem taxas atrativas, mas com risco maior. Tem também as debêntures incentivadas, que são certificados recebíveis isentos de Imposto de Renda de Pessoa Física — lista Osowski.
A definição de tempo dos investimentos, analisa o economista, vai depender de uma série de fatores. Ele aconselha que as pessoas diversifiquem investimentos, mantendo parte do dinheiro em reservas emergências e outra em opções para médio e longo prazo, com títulos que não vão ter resgate em um curto espaço de tempo.
Já a poupança, investimento mais popular entre os brasileiros, não deve sofrer um impacto imediato. Isso porque, desde 2012, sempre que a taxa básica de juros supera 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é fixada em 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna