O plano de recuperação judicial do Grupo Supertex, de Santa Maria, foi homologado pela Justiça. Ele contempla dívidas de R$ 60 milhões. Os débitos tributários, de R$ 240 milhões, ficaram de fora. A empresa entrou em recuperação judicial em 2016, mas foi alvo da Operação Caementa, da Polícia Federal, dois anos depois, que investigava lavagem de dinheiro. Pessoas envolvidas chegaram a ser presas, mas foram liberadas. Os sócios foram afastados e a empresa ficou sob gestão nomeada pela Justiça, esclarece a advogada Francini Feversani, do escritório Feversani, Pauli e Santos, que atua como administradora judicial no caso. A situação, porém, fez com que o plano de reestruturação da empresa tivesse que ser reiniciado.
Segundo Francini, a proposta contempla o pagamento integral dos créditos trabalhistas em até três anos. Chegou a ser proposto um fundo de recursos da venda de imóveis para quitar mais débitos, porém a Justiça não autorizou o mecanismo, pois os bens estão com restrições ainda da operação policial. A ideia, então, é pagar os valores com o faturamento da operação da empresa, mantendo os empregos.
O grupo inclui as seis empresas Supertex Transportes e Logística Ltda, Supertex Concreto Ltda, Concresart – Tecnologia em Concretos Ltda, Superbloco Concretos Ltda, Ez & M Holding – Participações Societárias Ltda, Britamil – Mineração e Britagem Ltda e B4 Holding Participações Societárias Ltda. No total, são 17 unidades instaladas no sul do país. Além de fornecer concreto usinado, a empresa atua também na extração e comércio de areia e brita, argamassa estabilizada e materiais de construção.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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