Se tem algo que interessa ao consumidor quando se trata de qualquer privatização, é o que vai acontecer com a tarifa do serviço. Em geral, não se espera redução, visto que desestatizações costumam exigir investimentos, mas também não se quer elevações. No caso da Corsan, não há previsão de aumento, garantiu o vice-presidente da compradora, Aegea, Leandro Marin, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. A coluna perguntou sobre isso, visto que são estimados R$ 16 bilhões de aporte em sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário no Rio Grande do Sul. No primeiro ano, fala-se em R$ 1,5 bilhão. Marin, porém, reforça que a tarifa vigente da companhia é suficiente.
- No nosso plano, não tem aumento de tarifas. A tarifa vigente da Corsan é suficiente para fazer frente a esses investimentos. Anunciamos as reposições inflacionárias, o que é contratual. Os investimentos vão ser financiados, já estamos em contato com várias instituições financeiras. É de praxe do mercado de infraestrutura, mas, claro, a empresa precisa ter crédito e capacidade financeira, se não ela não consegue levantar os recursos.
Ainda em 2021, a Corsan aprovou um mecanismo para que tarifa não tenha reajuste acima da inflação até 2027, período em que apenas será corrigida pelo IPCA. O compromisso entrou nos contratos com os municípios. O preço ao consumidor é definido por agência reguladora quando há revisão tarifária, o que ocorrerá a partir de 2027.
Ainda segundo o executivo da Aegea, a maior parte do investimento virá do mercado de capitais e de bancos públicos e privados. Ainda na resposta, manifestou que não será difícil conseguir o recurso. Após um vaivém de meses, o contrato de venda da Corsan foi assinado na última sexta-feira (7). O leilão foi realizado em dezembro do ano passado, com lance único de R$ 4,1 bilhões.
Sulgás
Já da Sulgás, outra estatal privatizada pelo governo de Eduardo Leite, uma revisão tarifária está gerando descontentamento de entidades empresariais, que chegam a questionar a desestatização da distribuidora de gás. Associações que representam indústrias e postos de combustíveis questionando o aumento proposto na tarifa para bancar os investimentos anunciados pela compradora, a Compass. Está na pauta desta terça-feira (11) da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) a avaliação do pedido de revisão tarifária da Sulgás, além do reajuste, que precisa repassar o corte de 8,1% feito pela Petrobras no gás ainda no início de maio.
Ouça a entrevista na íntegra:
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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