Maior rede de supermercados de Santa Catarina, o Grupo Pereira está entrando com tudo no Rio Grande do Sul. Cinco unidades do atacarejo Fort Atacadista já estão confirmadas, com a primeira abertura em maio em Canoas. De largada, serão R$ 300 milhões em investimentos, com potencial de 2,5 mil empregos. O diretor comercial Lucas Pereira detalhou o projeto para o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e a íntegra no final da coluna.
Qual a estrutura do grupo?
Ele fez 60 anos em 2022. Foi fundado em Itajaí (SC) pelos meus avós. Começamos como atacado distribuidor. Na década de 1970, entramos no varejo alimentar com o Supermercado Comper, e depois, com atacarejo, com o Fort Atacadista. Hoje, são os três principais negócios do grupo: o Comper, o Fort e o Bate Forte. Temos a farmácia SempreFort, com 15 unidades. Abrimos um negócio de logística, derivado do atacado de distribuição, que se chama Perlog. Muito recentemente, criamos uma agência de turismo, a Pera Turismo. Temos o nosso cartão, o VUON, com 1 milhão de plásticos emitidos. Começamos em Santa Catarina, mas hoje estamos também no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, no Distrito Federal, em Goiás e em São Paulo. Agora, em breve, no Rio Grande do Sul. Terminamos o ano passado com faturamento de R$ 11,2 bilhões.
Como decidiram entrar no mercado gaúcho?
Nos últimos cinco anos, a empresa dobrou de tamanho, consolidando presença onde já era forte. Desenhamos um projeto de expansão para os próximos cinco anos, no qual a empresa também dobra de tamanho, inclusive com a entrada em novos Estados. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fomos para o interior, no Cinturão da Soja. No ano passado, também abrimos em um mercado relativamente novo, São Paulo. E escolhemos o Rio Grande do Sul como importante da expansão. Já recebemos há anos gaúchos nas nossas lojas, sempre pedindo o Fort.
Temos marcas locais muito tradicionais que criaram seus atacarejos. Como vê essa concorrência?
Concorrência é bem-vinda e ótima para os clientes. Mais oferta de produto, de serviço, de preço baixo. Estamos acostumados. Nos cinco Estados, concorremos com empresas nacionais dominantes, que faturam muito mais do que nós, e com as regionais. Estamos preparados para entrar no Rio Grande do Sul com um modelo de loja diferente das locais.
Diferente como?
Uma loja mais propícia para o consumidor final, com açougue, padaria, sortimento de fruta, legume e verdura com qualidade melhor. Em Canoas, teremos 10 mil itens, com marcas importadas exclusivas.
O atrativo para o gaúcho será preço?
Com certeza. Não se cria um atacarejo do nosso tamanho se não tiver muita competitividade. Mas também convidaremos o gaúcho para conhecer a "compra Fort", que une preço e qualidade. No açougue, oferecemos carne fresca, inclusive com o frigorífico local da região, mas que é autosserviço. Assim como a padaria, que também tem um pão fresquinho, com preço bastante competitivo, mas em autosserviço. Agregamos serviços às lojas, mas sem incorporar despesa.
Tem o centro de distribuição onde era a fábrica da Hyundai em São Leopoldo, as cinco lojas de entrada, a compra do Maxxi em Viamão e o que mais?
Neste ano, temos Canoas, que inaugura no dia 3 de maio. Para o segundo semestre, Caxias do Sul. E para 2024, Porto Alegre, Novo Hamburgo e Gravataí. Depois, tem bastante oportunidade que estamos mapeando. O ponto de Viamão é nosso, mas não podemos usufruir dele enquanto o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não aprova.
Qual o investimento financeiro e o número de empregos?
Nessa primeira rodada de investimento no Rio Grande do Sul, estimamos R$ 300 milhões, nas lojas e no centro de distribuição. Devemos gerar mais de 2,5 mil empregos diretos.
Vai ter erva de chimarrão na loja?
Com certeza. Essa era a mais fácil (risos). Contratamos uma equipe comercial gaúcha que conhece bem os fornecedores locais. Dos 405 para a loja inicial, 104 são regionais.
Vocês fazem essa expansão com capital próprio ou de terceiros?
Maior parte é capital próprio. Hoje, o nosso endividamento é superbaixo.
Veja o vídeo da entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna