O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Para a salada ou para o uso do molho, está caro comprar tomate. Leitores da coluna perguntam o que está acontecendo com o preço da fruta. Na cesta básica de Porto Alegre de abril, foi a incipal alta, com variação de 35,69%. Em maio, foi um dos quatro — entre 13 — produtos que também subiu, com elevação de 5,73%, atrás apenas da batata. O preço também foi destaque no IPCA de maio: na região metropolitana da Capital, inflação do tomate foi de 13,45% e no acumulado de 12 meses, de 9,89%.
É normal que o preço do tomate suba nesta época do ano, principalmente em meados de abril, com o fim da safra gaúcha. A prolongação da elevação para maio é que chama a atenção, e acontece porque a produção no Sudeste, que abastece a Região Sul no período do inverno, foi dificultada neste ano por ocorrências climáticas adversas.
— Enquanto ocorreu seca no Sul, houve excesso de chuvas no sudeste e nordeste brasileiro. Os distribuidores estão com certa dificuldade em adquirir os volumes necessários para abastecer o mercado gaúcho. Esta situação tende a perdurar ainda por algum tempo, apresentando oscilações nos preços praticados, semanas com baixa, semanas com alta — explica o gerente-técnico da Ceasa do Rio Grande do Sul, Claiton Colvelo.
Apesar dos consumidores estarem sentindo a alta agora, ela não chega nem perto da disparada de 2022, quando chuvas intensas no Sul e Sudeste e redução da área de produção impactaram bastante no preço. Para se ter uma ideia, em abril de 2022, a inflação do tomate na Região Metropolitana de Porto Alegre alcançou 100% (ou seja, o preço dobrou) no acumulado de 12 meses.
Para junho, a expectativa é que haja uma estabilidade. Pelo menos é o que a Ceasa, que representa o atacado (ou seja, que vende para as empresas que venderão aos consumidores) está sentindo no momento. Caso aumente a entrada dos produtos da safra do Sudeste, a tendência é de redução. Na última pesquisa do Ceasa, de 8 de junho, o Longa Vida estava sendo vendido a R$ 4,75, elevação de 6,6% em relação à semana anterior, e o Gaúcho a R$ 8, elevação de 5,5% em relação à semana anterior.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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