Empresa criada há 19 anos em Pelotas, a Bioquim Ambiental dá um novo destino para toneladas de caroços de pêssego descartados por indústrias do sul do Estado. Segundo Fábio Pereira de Castro, biólogo e empresário à frente da iniciativa, é possível extrair ativos do material que são usados em outros produtos.
— Quebramos o caroço e tiramos a amêndoa, que passa por um processo a frio, de espremer e tirar o óleo. Da parte amadeirada do caroço que sobra, tiramos dois outros produtos muito nobres: o carvão ativado e o extrato pirolenhoso — conta.
O óleo da amêndoa do caroço é guardado em um reservatório, que conta com 1,8 mil litros. Castro diz que há negociações com duas empresas de cosméticos que querem usar o material em suas linhas de produtos, porém não divulga quais são elas. Depois de extrair o óleo, o caroço passa por um processo chamado de pirólise, para decompor o material através do calor. Com isso, é gerado carvão ativado, usado no tratamento de água. Também é retirado o extrato pirolenhoso condensado, uma espécie de fungicida utilizado na agricultura, que aumenta a resistência das plantas. No fim, nada sobra.
Segundo Castro, Pelotas é, junto com Morro Redondo e Capão do Leão, o maior produtor de pêssego no país. Todos os anos, a indústria local produz 131 mil toneladas de pêssego e descarta mais de 4 mil toneladas de caroços. Em 2018, a Bioquim Ambiental venceu o prêmio de Inovação para a Indústria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) através desse projeto, ganhando R$ 400 mil para investir em pesquisa e em novos equipamentos.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna