Veio não muito forte e bem condicionado, mas foi suficiente o sinal do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de que está aberta a fresta para redução da taxa de juro Selic na reunião de agosto. Na semana passada, ela foi mantida em 13,75% ao ano, com um comunicado que frustrou por não trazer as sinalizações de corte esperadas. Com isso, a autoridade monetária ganhava tempo para ver o que aconteceria com a inflação no país e o projeto do arcabouço fiscal no Congresso. A coluna até achou que a ata divulgada nesta terça-feira (27) não traria algo de muito diferente pelo espaço curto de tempo entre um texto e outro, mas algumas frases surpreenderam.
Primeiro, ficou claro de que houve divergência sobre como sinalizar o corte de juro no comunicado. Depois, foi informado de que um grupo predominante quis apontar este caminho. Estes integrantes avaliam que a inflação mantendo o recuo "pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", o que significa uma gradual redução da Selic, jogando as apostas para um corte de 0,25 ponto percentual.
A cautela, porém, segue permeando o comunicado. Em especial, no alerta de que bancos centrais de outros países seguem aumentando o juro, o que atrai dólares para eles, podendo retirar moeda aqui do Brasil, o que elevaria a cotação, provocando inflação.
Boa notícia já veio do IPCA-15, prévia da inflação oficial do país. O indicador seguiu o recuo, para 0,04% no mês e 3,4% em 12 meses. Puxada por alimentos, a tendência segue de queda. Lembrando que o juro é o assunto do momento da economia, gerando expectativa especialmente para o setor produtivo, que quer crédito mais acessível.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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