O Rio Grande do Sul é um dos nove Estados que apareceram na operação do Ministério da Agricultura e Pecuária que encontrou amido em requeijão comum cremoso sem que isso fosse apontado no rótulo para o consumidor. Apesar de não ser considerado ruim para a saúde, trata-se de uma fraude econômica. Se tem amido, não pode se chamar requeijão cremoso. Tem que dizer que é mistura de requeijão com amido.
Foram coletadas 180 amostras em 66 estabelecimentos nacionais que são fiscalizados com frequência pelos serviços de inspeção nacional, estadual e municipal. A operação, porém, é do Serviço de Inspeção Federal (SIF), feita a partir de denúncias, contou à coluna a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana.
— O ministério vinha recebendo denúncias de consumidores através da nossa ouvidoria, que reclamavam do requeijão. Dessas amostras, 5% apresentaram resultados não conformes. Estava sendo adicionado amido sem a devida comunicação ao consumidor — disse.
Pelas normas de qualidade do produto, tem que explicar que se trata de uma mistura de requeijão com amido, que é um ingrediente mais barato do que o leite. As fabricantes tiveram os produtos apreendidos cautelarmente e foram autuadas pelos fiscais. Em contato com os órgãos, a coluna pediu o nome das empresas envolvidas, porém não é informado.
— Essa fraude de adição de amido não é uma questão de saúde pública, não causa nenhum risco para a saúde do consumidor, mas é uma fraude econômica, porque não está declarado no rótulo. O consumidor não sabia que estava consumindo um produto de qualidade inferior — completa a diretora.
Além do Rio Grande do Sul, os produtos foram recolhidos no Ceará, em Goiás, em Minas Gerais, no Pará, em Pernambuco, no Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo.
A coluna procurou a Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Rio Grande do Sul, que faz parte da Secretaria da Agricultura, para buscar mais detalhes. A divisão estadual disse que não se envolveu na investigação, mas que são feitas inspeções quinzenais para verificar fraudes. Há 50 estabelecimentos registrados no Estado. O Serviço de Inspeção Municipal (Sim) de Porto Alegre também foi procurado e disse que há apenas uma fábrica de laticínios na capital gaúcha, que faz iogurte, mas que não fez parte da investigação.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna