A parada de produção em montadoras de veículos bateu recorde. Foram 13 fábricas com paralisação desde o início do ano, sendo nove somente em abril. Aqui no Rio Grande do Sul, a unidade da General Motors (GM) deu férias coletivas em fevereiro. É o segundo ano de problemas. Em 2022, o setor enfrentava falta de peças, principalmente semicondutores. Agora, o problema é queda de vendas mesmo, com o juro alto e o consumidor na retranca.
Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite destaca um pacote de medidas que estão em estudo pelo governo federal, para as quais o setor tem fornecido informações com frequência. Ele cita cinco:
- Novas linhas de financiamento, o que esbarra ainda no juro alto.
- Uso do FGTS para comprar carro novo, o que a Anfavea apoia, mas enfrenta resistência. Reativaria as vendas, certamente, mas endividaria o consumidor com sua própria reserva de emergência e retiraria dinheiro do fundo de garantia que é usado para outros fins.
- Redução de tributos, mas há limitações porque o governo federal está pressionando para equilibrar as contas públicas.
- A volta do carro popular, criado no início da década de 1990. O governo federal tem procurado as montadoras individualmente e fala até em veículo a R$ 45 mil. Quem conhece o setor, fala que o carro terá que vir "pelado", só com itens
- Lançamento do carro 100% etanol, em busca das metas de descarbonização, por ser um combustível de fonte renovável e sobre o qual o governo Lula já vem dando vários sinais de preferência.
Ouça entrevista recente da Anfavea ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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