O atraso da assinatura da venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para a Aegea já fez o Estado deixar de receber cerca de R$ 100 milhões, disse o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Ele considerou a rentabilidade que o dinheiro teria caso estivesse aplicado nas contas do governo.
- Deixamos de auferir quase R$ 100 milhões, que poderiam ter sido revertidos em obras de melhorias na vida dos cidadãos. A intenção é usá-lo, tem um tempo de maturação, de identificação de onde será investido o recurso. Então, muito provavelmente, estaria depositado - diz Lemos.
Segundo o chefe da Casa Civil, o recurso vai para o Fundo de Reforma do Estado. Como é verba extraordinária, ou seja, não recorrente, será usada para despesas que não entram no custeio.
- É retornar esse recurso (de privatizações) integralmente para a sociedade através de investimentos, seja nos mais de R$ 2 bilhões que estamos investindo em rodovias, seja no esporte ou na educação - acrescentou.
Quando ocorreu o leilão, em dezembro do ano passado, a previsão era assinar o contrato de venda em março. Lemos não quis dar nova projeção na entrevista, mas acredita-se que a formalização possa ocorrer ainda em maio. A demora ocorre porque há diversas ações com questionamentos feitos pelo Sindiágua, o sindicato da categoria dos trabalhadores em saneamento, em especial quanto ao valor de venda da Corsan. Com lance único, a Aegea arrematou a companhia por R$ 4,1 bilhões, enquanto o sindicato defende que ela vale mais de R$ 7 bilhões.
Ouça a íntegra das entrevistas com Sindiágua e Casa Civil no programa Gaúcha Atualidade:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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