Uma das apostas de crescimento da conhecida rede de farmácias Panvel são os produtos com a marca própria. A companhia tem um portfólio com mais de mil itens vendidos carregando o nome da empresa. Só em 2022, foram quase 460 lançamentos. Para 2023, há outros 400 na lista de novidades, como alimentos e linha de cosméticos, disse à coluna a diretora de Marketing Manuela Cardona. Confira a entrevista para o programa Acerto de Contas (domingo, às 6h, na Rádio Gaúcha) abaixo, e a íntegra no final da coluna.
Qual a representatividade dos produtos de marca própria no faturamento total do grupo?
Os produtos Panvel, como a gente chama, é um pilar enorme de diferenciação e de vantagem competitiva. A gente vem com crescimentos muito expressivos ao longo dessa última década. Nesse ano não está sendo diferente. A gente tem um portfólio de mais de mil produtos, abordando diferentes temas, como saúde, beleza e higiene. A representatividade que tem no grupo hoje é de quase 19% até o terceiro trimestre, considerando vendas de higiene e beleza. Quando pegamos também o universo de medicamentos, até o terceiro trimestre estávamos com uma participação de 6,8% das nossas vendas com produtos Panvel.
Essas fatias têm aumentado nos últimos anos?
Com certeza. Aproveitamos muito para crescer o pilar de saúde durante a pandemia. Caminhávamos pelas ruas e víamos sempre as máscaras da Panvel. O que temos feito agora nesse último ano é voltar, de novo, o crescimento no pilar de beleza. Em 2022, foram quase 460 produtos lançados em marca própria. Boa parte deles, mais da metade, no universo de beleza. A gente entende que agora existe uma oportunidade imensa de se diferenciar, lançando, novamente, essa parte de beleza.
Sobre esses 460 produtos, o que são?
Mais da metade foi em beleza. Estamos falando de batom, máscaras faciais, produtos faciais.Também lançamos uma linha nova de dermocosmético. Tem produtos para todas as frentes, desde produtos de higiene básica e infantil a uma escova dental, até produtos mais complexos. Estamos com o rosto aparecendo de novo. A parte de maquiagem vem crescendo muito, por exemplo. Tivemos um crescimento de mais de 50% esse ano nessa linha.
Quais são os planos para a marca própria em 2023?
Temos um objetivo de seguir com a marca própria como um alavancador na frente de vendas, na frente de rentabilidade. E claro, de diferenciação. É muito importante trabalhar a marca própria porque é a forma mais direta de entrar na rotina dos nossos clientes. Temos uma aposta de mais de 400 produtos novos a serem lançados no ano. Vamos continuar incrementando todo o nosso portfólio. Estamos trabalhando muito forte esse ano também em alimentos.
O presidente Júlio Mottin Neto ressalta essa estratégia da empresa de não ser uma empresa apenas de medicamentos, mas de bem-estar. Isso está dentro dessa estratégia também? Falando em alimentos...
Está dentro dessa estratégia. Lançamos ao longo de 2022 uma submarca chamada Nutrabem, que tem um portfólio de alimentação voltada ao bem-estar. Ela reflete todo esse movimento que o grupo vem fazendo frente à alimentação e conveniência. Temos trazido novas categorias, como garrafinhas, papelaria, porque a gente entende que tem uma jornada complementar dentro da farmácia.
Como vocês definem que vai ter um produto de marca própria?
As marcas próprias nós separamos em dois universos. O primeiro é aquele em que há fornecedores que produzem para atender todos os varejistas do Brasil. Identificamos as vendas dos concorrentes e entendemos se pode ser posicionado como um produto de primeiro preço. Aí vai até esses fornecedores e traz esse portfólio para dentro de casa.
O que é o primeiro preço?
É acessibilidade. Um produto acessível, muitas vezes mais barato. Tem categorias onde a marca Panvel atua como sendo o preço de entrada. O mais barato dentro do universo de tal produto. Isso acontece muito nas categorias de higiene. Há também outro bloco, de valor agregado, que passa por um portfólio de desenvolvimento, geralmente pelo nosso laboratório Lifar. Aí você faz o desenvolvimento de fórmulas, um produto exclusivo.
O Lifar desenvolve, mas é fabricado em outro local?
Desenvolve e se fabrica o produto no Lifar . A gente tem, dentro do grupo Panvel, uma indústria chamada Lifar. Ela faz boa parte dos nossos cosméticos de beleza. Hoje, 20% do que a gente tem de marca própria é produzido pelo nosso laboratório.
Como a empresa define quem vai fabricar o produto que vai levar a marca Panvel?
Primeiro, prospectamos mais de um fornecedor para ver diferentes variações de qualidade. Após definido, fazemos todo um processo antes de fechar contrato, de visitação da planta, para olhar qualidade, pegar certificações, porque qualidade é a base da marca de produtos Panvel. Como carrega a marca Panvel, temos um cuidado extremo pela qualidade dos nossos produtos, porque isso reflete a qualidade que está por trás de todo o grupo.
Em geral, esses terceiros que produzem ficam no Rio Grande do Sul?
Hoje a gente trabalha com 80 fornecedores. A maioria é na região Sul. Não no Rio Grande do Sul somente, mas na Região Sul. Para a marca própria, muitas vezes quando você vai buscar um fornecedor muito longe, fica difícil por conta dos custos.
Como está a venda de produtos Panvel para outros Estados? O e-commerce ajuda?
Temos uma excelente penetração dos nossos produtos em São Paulo. Na verdade, em qualquer praça nova que entramos e começamos a atuar com a marca Panvel, temos uma rápida penetração. Acabamos de lançar uma rede no Instagram que se chama Panvel Lovers, que é feita só para produtos Panvel. Então, temos, sim, uma venda legal em todas as cidades que atuamos.
Como está a ampliação do centro de distribuição em Eldorado do Sul?
O centro está seguindo nossos planos. Vai buscar atender todo esse caminhar de crescimento que o grupo tem.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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