Empresa gaúcha que usa estruturas modulares para construir sem cimento, a Quick House concretizará agora o plano de implantar uma fábrica na Flórida, nos Estados Unidos. A unidade vai produzir as placas usadas no lugar dos tijolos e do concreto. A operação já era para estar funcionando em 2022, mas a empresa diz ter esperado uma adequação de sistemas por parte de construtoras norte-americanas que serão suas clientes.
— Vamos trabalhar em três frentes nos Estados Unidos. Uma delas é o "pegue e faça você mesmo", vendendo as placas em lojas de construção, para o consumidor final comprar e fazer sua casa. As outras são vender às construtoras para erguerem as casas e fazer nós mesmos as edificações - explica o CEO Luciano Simões Lopes.
As máquinas já estão prontas e serão enviadas em fevereiro, com expectativa de chegarem em 90 dias. Os primeiros painéis serão produzidos a partir do segundo semestre. Porém, o local ainda não está definido, apesar da preferência por Orlando.
— Estamos negociando benefício fiscal. A região está com forte crescimento, um boom imobiliário. Não tem casa que chegue, tudo que constrói está vendido — explica Lopes.
Até agora, a empresa investiu US$ 5 milhões para desenvolver o maquinário, que tem tecnologia própria da Quick House e é fabricado em Campinas (SP). A empresa tem uma fábrica em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, com capacidade para produzir 200 casas populares por dia. A intenção é replicá-la nos Estados Unidos, gerando 200 empregos. A tecnologia foi patenteada também no mercado norte-americano, onde o CEO informa ter obtido certificação para fazê-las em áreas de furacões.
— Aqui, no Brasil, tenho que convencer o mercado que construção a seco funciona. Lá, eles usam isso há 50 anos — finaliza o executivo, que está animado com a participação da empresa em uma feira setorial em Las Vegas.
A empresa
A Quick House tem 48 anos de mercado. O nome, inclusive, faz referência à velocidade das construções, já que é "casa rápida" em inglês. A empresa começou como fábrica de silos para grãos e desenvolve, desde 1990, a chamada tecnologia Lego. O sistema dispensa o canteiro de obra, reduz o prazo de execução da construção e o custo. As construções são de aço galvanizado. Relembre dois projetos da empresa:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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