Com as festas de final de ano, a disparada do preço do carvão de churrasco incomoda ainda mais os consumidores gaúchos. No acumulado de 2022, o aumento é de 64% na região metropolitana de Porto Alegre. O preço médio do saco de três quilos saltou de R$ 11,36 em dezembro do ano passado para R$ 18,67 agora. Os dados fazem parte da pesquisa de inflação do Núcleo de Pesquisa Econômica Aplicada da UFRGS, que considera o item no custo de vida dos moradores de Porto Alegre.
A perspectiva é de estabilidade, não de queda. Ainda ne metade do ano, a falta de insumo foi apontada à coluna como motivo pelo empresário Valmor Griebler, dono da Carvão Ki-fogo e presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do RS (Apecave). Ele relatou alta no preço da embalagem de papel, do diesel para transporte e, principalmente, da lenha, matéria-prima do carvão vegetal.
- Agora, a lenha está começando a sair do canto dos matos. Então, o carvão não vai subir neste final de ano, como sempre sobe (devido ao aumento da demanda). Mas não vai cair porque a embalagem subiu. Estamos esperando para ver o que vai ser do preço do papel, que agora aumentou 10% e não repassamos.
Segundo o empresário, a alta do diesel fez muitas empresas usarem lenha. Além disso, o inverno foi muito chuvoso e prolongado, não permitindo que ela secasse a tempo. Para fazer carvão, tem que ser lenha seca, cortada há, pelo menos, três meses. Não pode ser verde. A lenha seca vai ao forno e é abafada. Ela é retirada quando vira carvão, antes de se transformar em cinzas. Empresas foram buscar em Minas Gerais a lenha.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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