Essencial em quase todos os churrascos, o carvão teve uma disparada de preço. Em julho, a alta foi de 10,14% sobre o mês anterior. No acumulado de 2022, o aumento é de 33,81%. O preço médio do saco de três quilos saltou de R$ 11,36 em dezembro do ano passado para R$ 15,20 agora. Os dados fazem parte da pesquisa de inflação do Núcleo de Pesquisa Econômica Aplicada da UFRGS, que considera o item no custo de vida dos moradores de Porto Alegre.
A coluna foi provocada por leitores, que estavam impressionados com a elevação. De imediato, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) contou que estava faltando insumo para os fornecedores, o que a coluna confirmou com o empresário Valmor Griebler, dono da Carvão Ki-fogo e presidente da Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do RS (Apecave). Ele relatou alta no preço da embalagem de papel, do diesel para transporte e, principalmente, da lenha, matéria-prima do carvão vegetal.
Segundo o empresário, a alta do diesel fez muitas empresas usarem lenha. Além disso, o inverno foi muito chuvoso, não permitindo que ela secasse. Para fazer carvão, tem que ser lenha seca, cortada há, pelo menos, três meses. Não pode ser verde.
- Esse inverno... Nossa senhora! Não se vê sol. Até tem bastante lenha, mas está tudo no mato para secar. E isso só vai acontecer lá por outubro - explica o representante do setor, que cita também a carga tributária de 35% que compõe o preço pago pelo consumidor.
A lenha seca vai ao forno e é abafada. Ela é retirada quando vira carvão, antes de se transformar em cinzas. Para a empresa, Griebler está trazendo lenha de Minas Gerais, onde ocorre a "entressafra" das siderúrgicas. Mas, segundo ele, está pagando mais do que o dobro do preço normal, tanto pela acácia quanto pelo eucalipto.
Pelo menos, o preço da carne está caindo, o que já aparece nos índices de inflação. Além de ser época de menos demanda, o poder aquisitivo menor do consumidor e a alta de preços desde 2019 já vinha reduzindo consumo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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