Falta de conhecimento específico da área que vão comandar foi a principal crítica de representantes gaúchos de setores econômicos relacionados aos ministérios que tiverem nomes anunciados por Lula nesta quinta-feira (29). Ou seja, os empresários gaúchos ouvidos pela coluna identificaram indicações políticas. Agora, torcem para que, ao menos, os ministros formem equipes técnicas para o segundo escalão. O anúncio finalizou o time de ministérios, que será composto por 37 pastas. Confira as opiniões.
Ministério da Agricultura: Carlos Fávaro
Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul): "Não quero fazer nenhuma avaliação sobre o nome. O setor espera que o governo não atrapalhe o desenvolvimento do agronegócio, que é tão importante para economia brasileira"
Ministério dos Transportes: Renan Filho
Diego Tomasi, vice-presidente de Transportes do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs): "Nos preocupa muito a indicação política do Sr. Renan Filho para o Ministério dos Transportes. Uma gestão mais técnica como foi a do ex-ministro Tarcísio de Freitas estava mais alinhada com as necessidades do Setor de Transportes. Esperamos que o novo ministro nos surpreenda, de forma positiva."
Ministério do Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira
Carlos Joel, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS): "Nós preferíamos ter o Edegar Pretto, que conhecia o setor muito bem. Não estamos vetando, mas gostaríamos de ter visto um nome do setor. E o Edegar Pretto era do setor. Vai ter que compensar com equipe. Esperamos que ele, como um bom político, que seja aberto com as entidades, para que a gente possa estar construindo e ajudando o setor.
Ministério de Minas e Energia: Alexandre Silveira
Guilherme Sari, presidente do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS): "Sabemos pouco dele, e acho que não tinha uma ligação ainda com setor de energia. Vai ter que compor bem a equipe técnica. Expectativa e um pouco de surpresa. Hoje a demanda transição energética, marco regulatório do offshore e hidrogênio verde".
Ministério de Cidades: Jader Filho
Claudio Teitelbaum, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS): "Não é um nome técnico, então estamos ainda no aguardo da equipe que formará a pasta e também das efetivas políticas que serão adotadas. O anúncio de R$ 10 bilhões a ser investido no Minha Casa Minha Vida é bem vindo, mas depende de como esses recursos serão distribuidos pelo país. Mais importante de quanto, é como esse recurso será investido. "
Ministério do Turismo: Daniela do Waguinho
Gabriela Schwan, vice-presidente do Transforma RS: "A expectativa era de um especialista, assim como em outros ministérios. O lado positivo é que o Rio de Janeiro, de onde ela é, tem uma referência em turismo, mas ela não conhece a pasta. É uma área técnica. Todo setor, em nível de Brasil, espera que a pasta seja composta por nomes técnicos".
A coluna também tenta contato com o Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Sul (Sindipesca-RS) e com o escritório estadual do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna