Surtiu efeito a ação da Sulgás para baratear o gás natural veicular (GNV), que vem perdendo competitividade frente à gasolina. A distribuidora lançou uma campanha há cerca de 20 dias para diminuir o preço de venda do metro cúbico do combustível através de descontos oferecidos por ela e por postos participantes. De lá para cá, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio desse gás caiu R$ 0,26. Apesar disso, ele segue ainda R$ 0,89 mais alto do que a gasolina comum.
De acordo com a ANP, o preço médio do metro cúbico de GNV foi vendido à R$ 5,56 no Estado entre os dias 2 e 8 de outubro. Três semanas antes, ele saia por R$ 5,82. A redução, de fato, ajudaria a se aproximar do preço da gasolina, mas acontece que o combustível fóssil também teve os preços ajustados para baixo. De acordo com a pesquisa de preços, a gasolina comum foi vendida, em média, por R$ 4,67 na última semana. Três semanas antes, estava por R$ 4,83. Ou seja, uma redução de R$ 0,16.
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua diz que mesmo com a redução nos preços, a queda de vendas do GNV está próxima dos 50% a 60%.
— É uma situação difícil, pois a venda caiu e ainda há uma margem menor, o que complicou bastante. Além do que o GNV era gerador de fluxo financeiro, pois as vendas geralmente são à vista e os pagamentos em 15 dias. Deu um sufoco no caixa — avalia.
Na ação proposta pela Sulgás, a distribuidora aplica um desconto de R$ 0,20 no metro cúbico nas tabelas tarifárias de todos os postos que quiserem aderir à promoção. Para participar, por sua vez, os postos devem assumir um compromisso de reduzir o preço final ao consumidor em outros mais R$ 0,10 a R$ 0,20. Com isso, a redução final fica entre R$ 0,30 e R$ 0,40. Até o momento, 80 postos estão participando.
Com os preços atualizados pela ANP, o GNV está 16% mais caro que a gasolina. Por outro lado, ele rende mais. Apesar disso, o consultor energético Anderson de Paulo avalia que é preciso levar em consideração que, além do preço do metro cúbico em si, há também outros custos, como de instalação e manutenção. Segundo ele, o gás natural acaba sendo mais vantajoso, quando a diferença é pequena, para profissionais que rodam muitos quilômetros. Veja mais: Preço do GNV está 18% mais alto que da gasolina; ainda vale a pena usar o combustível?
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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