Os últimos reajustes da gasolina, somadas as quedas de impostos, fizeram com que o gás natural veicular (GNV) perdesse competitividade nos postos. De acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a diferença entre um e outro já passa do R$ 1 no Estado. De olho nisso, a Sulgás — distribuidora do combustível no Rio Grande do Sul — está lançando uma campanha para diminuir em até R$ 0,40 o preço de venda do metro cúbico do GNV.
Na prática, a Sulgás vai aplicar um desconto de R$ 0,20 no metro cúbico nas tabelas tarifárias de todos os postos que quiserem aderir à promoção. Para participar, por sua vez, os postos deverão assumir um compromisso de reduzir o preço final ao consumidor em outros mais R$ 0,10 a R$ 0,20. Com isso, a redução final ficará entre R$ 0,30 e R$ 0,40.
O que vai contar na variação é a forma como o gás chega ao posto. Veja:
- Posto de GNV atendido por rede canalizada: R$ 0,40 de desconto por metro cúbico, sendo R$ 0,20 da Sulgás e R$ 0,20 do posto.
- Posto de GNV atendido por Gás Natural Comprimido (GNC): R$ 0,30 de desconto por metro cúbico, sendo R$ 0,20 da Sulgás e R$ 0,10 do posto.
O desconto é válido até o final do ano. Até o momento, 58 postos de GNV aderiram à promoção e já baixaram o preço final. A Sulgás disponibilizará, em breve, a relação com os nomes das empresas participantes.
Em nota, a distribuidora disse que a "a ação faz parte da política comercial de incentivo ao mercado de GNV, para proporcionar economia aos usuários e garantir a competitividade do gás frente aos combustíveis líquidos".
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, avaliou essa queda na competitividade. Segundo ele, o descompasso entre um preço e outro fez com que as vendas de GNV despencassem no Estado.
— A venda de GNV caiu 40% por esse descasamento. Quem tem carro a gás está abastecendo com gasolina. A Sulgás, Compass hoje, tem negócios contratados a longo prazo. É um modelo de precificação diferente do que o da Petrobras faz com as distribuidoras de líquidos de fóssil. A revenda tem pedido à Sulgás um movimento emergencial para que o segmento não se desestruture. O consumidor faz seus cálculos. Não há estímulo para instalar os cilindros no carro.
Recentemente, a coluna discutiu a diferença de preço entre os dois combustíveis. Apesar de render mais que a gasolina, o consultor energético Anderson de Paulo avalia que é preciso levar em consideração que, além do preço do metro cúbico em si, há também outros custos, como de instalação e manutenção. Veja mais: Preço do GNV está 18% mais alto que da gasolina; ainda vale a pena usar o combustível?
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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