O porto de Rio Grande é o foco da Neoenergia, subsidiária da gigante espanhola Iberdrola, para avançar em investimentos bilionários no Rio Grande do Sul. A empresa fechou um acordo com o governo gaúcho para estudos de geração de energia eólica em alto-mar (offshore) e de desenvolvimento de uma cadeia de hidrogênio verde. O memorando de entendimentos foi assinado na Expointer à noite passada. Ele tem duração de três anos.
Os projetos consideram a infraestrutura portuária de Rio Grande para a instalação e para a operação. Isso inclui a fabricação e o estoque de materiais, além da área para atracar embarcações especiais. A companhia entende que o porto de Rio Grande é um dos mais importantes do país, reunindo empresas das áreas química, de mineração e de fertilizantes.
A Neoenergia batizou de parque Águas Claras os planos para explorar no mar gaúcho a energia gerada a partir do vento. A aposta é que o Brasil possa ser o protagonista mundial de energia limpa. No plano para o Rio Grande do Sul, está o desenvolvimento de um projeto piloto para produção de hidrogênio verde, combustível que a Europa quer comprar para substituir carvão, diesel e gás natural.
"O combustível é um vetor estratégico para o segmento industrial e setores de difícil descarbonização, como o transporte urbano, marinho e aéreo.", diz a empresa.
Ele é obtido a partir da eletrólise da água, na qual a eletricidade de fontes renováveis, como eólica e solar, é usada para a decomposição das moléculas de água. Esse processo não gera dióxido de carbono e, por isso, é limpo. A Neoenergia tem acordos semelhantes assinados com Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Se vingar essa cadeia de hidrogênio verde com os bilhões de dólares que promete atrair, a vocação econômica do Rio Grande do Sul pode mudar. Um entusiasta é o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, que havia já antecipado à coluna alguns detalhes do acordo com a Neoenergia. Ele enfatiza que esse avanço foi costurado já na missão do governo à Espanha no ano passado, quando houve uma reunião com a direção da Iberdrola. Lemos lembra da contratação da consultoria McKinsey, que está elaborando um estudo sobre o desenvolvimento da cadeia de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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