Após dois meses negativos, a venda do varejo gaúcho voltou a crescer. Em agosto sobre julho, o avanço foi de 0,4%. Porém, os recuos anteriores tinham sido de 2,1% e 2,6%. Com isso, ficou no menor patamar desde janeiro.
No ano, o acumulado traz crescimento de 7,7% e, nos últimos 12 meses, de 5,5%. O primeiro semestre recebeu um impulso das liberações do FGTS e da antecipação do 13º pelo INSS. No Rio Grande do Sul, a antecipação do frio intenso também estimulou vendas, especialmente de confecções e de eletrodomésticos típicos de inverno. A inflação e a eleição, porém, retraíram o consumidor. A expectativa é boa para o último trimestre, com Copa do Mundo, Black Friday e Natal.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 0,4% frente a julho. O acumulado no ano avançou 3,3% e, nos últimos 12 meses, 1,7%.
Em relação a agosto de 2021, cresceram vendas de combustíveis e lubrificantes (63,3%); livros, jornais, revistas e papelaria (14,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (7,8%); hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,0%); tecidos, vestuário e calçados (6,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%). Recuaram móveis e eletrodomésticos (-8,3%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,2%); e material de construção (-3,2%).
O efeito da mudança de comportamento
A oscilação no comportamento de consumo desde que começou a pandemia já foi tema de várias colunas aqui. Lá em 2020 e por boa parte de 2021, as pessoas compraram menos roupas e gastaram menos com viagens e restaurantes. Por outro lado, o dinheiro foi para reformar e mobiliar a casa ou o imóvel novo, além de compras em supermercados.
Com a reabertura da economia, claro, o cenário mudou de 2021 para cá. O varejo gaúcho de tecidos, vestuário e calçados acumula crescimento de 9,6% em 12 meses. O setor de serviços tem sido puxado por turismo e gastronomia, inclusive na geração de empregos. Por outro lado, a venda de móveis acumula recuo de 10,8% em 12 meses. No material de construção, a queda é ainda mais intensa, de 12,5%.
Ainda assim, o presidente da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski, faz uma ponderação de que, apesar da queda ou alta do último ano, os setores seguem com reflexos do auge da pandemia. Vestuário e calçados têm vendas 10% menores do que em 2019, enquanto materiais de construção estão em patamar 7% superior.
- São mudanças de hábitos de vida e de trabalho - diz ele, entendendo que elas prosseguem.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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